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Informativo

Narrativas insurgentes – seminário sobre invisibilização das vozes marginalizadas

Sexta-feira, 18 de novembro
Departamento de Arquitetura e Urbanismo
17h-19h30

“COMO A FOFOCA DETERMINA O FORMAL E O INFORMAL. Um ensaio etnográfico sobre os médicos cubanos na Zona da Mata”

Arthur Lutterbach
Everton Ferreira
Samuel Muniz

“O ‘CIDADÃO ESTRANGEIRO’, um oxímoro para novas vozes políticas no Brasil?”

Marine Lila Corde

“AS PEGADAS LITERÁRIAS DO SUJEITO OCULTO: peculiaridades das personagens populares na experiência favelofágica.”

Felipe Eugênio dos Santos Silva

MODERAÇÃO: Eminy Fox

(sobre o que falam os personagens favelofágicos. Como eles são caracterizados? Suas marcas mais gritantes, objetos e lugares que são desvelados pelas narrativas da favelofagia).

Do que é composta a percepção das pessoas sobre a realidade?

É com essa pergunta que pesquisas e ações dos campos da antropologia e da literatura se detêm sobre a problemática das narrativas que se cristalizam no senso comum, configurando real suporte à hegemonia e, ao mesmo tempo, sendo ela em si. Da percepção alienada à constatação perversa, temos a possibilidade de averiguar as inúmeras estratégias de manutenção dos valores dos poderes estabelecidos.

Está inscrito na narrativa que se hegemoniza a subordinação de inúmeros sujeitos que são anunciados como “incluídos no circuito de direitos recentes” . Esta inclusão, inclusive, é apresentada como sintomática da ampliação da nossa fraturada democracia.

Boatos, enunciados demagógicos, representação na chave do exótico. A invisibilização de setores da classe trabalhadora se dá em inúmeros formatos, resultando em múltiplas formas de cercear direitos, de construir uma cultura de violência generalizada – tanto a semiótica quanto aquela outra, a ótica, violência da bala de borracha quando no protesto, que nos sangra a vista nos territórios de alta vulnerabilidade social.

Daí a importância desse seminário: estabelecer encontro de idéias sobre os contrapontos insurgentes.

Estudar as tecnologias de mobilização presentes nas narrativas contra hegemônicas – no que elas tenham por caracterização o sabor, o prazer, a graça e os respiros de liberdade próprios daquilo que mobiliza, que cativa, que insinua a necessidade de respostas radicais ao status quo. À margem do capitalismo estamos todos nós, latino americanos, periféricos. Mas aqui mesmo a reprodução dos estamentos sociais é tão grande que mal conseguimos ouvir outras tantas vozes dos pisoteados. Isso requer entender a realidade para além das percepções ingênuas. É preciso sentir onde se calam os reclames por mais e melhor condições de vida, e, enfim, onde começam o bater de panelas das elites colonizadas. Esse esforço – que o seminário realiza – só poderá ser derrotado quando esquecemos de pensar dialeticamente a idéia de tranformaçao social.


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